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No Estado do Rio de Janeiro uma doença antiga e tratável cresce entre a população: a tuberculose.

De acordo com o Painel de Tuberculose, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, que utiliza dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, o número de casos totais aumentou quase 6% de 2022 para 2023, passando de 17.215 para 18.210.

Chamam a atenção também dados relacionados ao crescimento de casos novos na população de rua, um salto de mais de 17%, passando de 417 para 489, e na população carcerária, pouco mais de 8%, passando de 1273 para 1377. Além disso, a taxa de incidência na população privada de liberdade é mais de 28 vezes superior à população em geral, representando 2.495 contra 8.689.

Wanda Guimarães, representante do Fórum de Tuberculose do Estado do Rio de Janeiro, aponta que hoje as cadeias funcionam como um amplificador de tuberculose.

“Porque além do confinamento das pessoas que estão presas, essas cadeias em geral são insalubres, não tem incidência solar, o ar circula pouco e a arquitetura das celas não colabora com a saúde das pessoas que estão privadas de liberdade. A alimentação em geral também é muito ruim, o que enfraquece a imunidade”.

A coordenadora de Saúde da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Alessandra Nascimento, explica que a Defensoria conta com ações voltadas para o controle da tuberculose entre os privados de liberdade, além de outras pessoas em situação de vulnerabilidade. Mas destaca que a dificuldade enfrentada pelos presos é grande, como o acesso à busca ativa.

“O que é busca ativa? É poder fazer uma varredura dentro da unidade, buscando pessoas que apresentem sintomas, que pudessem já ser separadas desse coletivo e tratadas. Esse é um dos procedimentos muito comum no meio aberto, em que a gente tem as visitas domiciliares, e os agentes, os médicos de família, esses profissionais vinculados a esses territórios conseguem identificar prematuramente e começam a medicar e aplicar as medidas necessárias para que essa pessoa não tenha o convívio com outros e que possa transmitir, o que não acontece dentro do sistema carcerário”.

A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose sem tratamento. Daí a importância de procurar ajuda médica e seguir as recomendações em caso de confirmação da doença. O tratamento dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no SUS.

Outra forma de proteção contra a doença, em caráter preventivo, é a vacina BCG, também ofertada no SUS. Ela protege a criança das formas mais graves da doença e está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades.

Segundo a gerente da tuberculose da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Marneili Pereira Martins, o aumento apontado pelo Painel reflete a intensificação de ações de busca e diagnóstico de pessoas com a doença.

“Isso se deve exatamente, é o que a gente espera que aconteça, uma vez que a gente implementa ações, estamos implementando várias ações, principalmente a descentralização de busca de casos nas comunidades”.

Ela também destaca que a alta incidência no sistema prisional está dentro de estimativas mundiais.

“Quando a gente diz também que a incidência da população carcerária ou das pessoas privadas de liberdade é 28 vezes superior, isso também é uma estimativa mundial, porque essas pessoas privadas de liberdade tem um risco maior de se infectar e consequentemente de adoecer por tuberculose”.

Ainda de acordo com o Painel de Tuberculose, foram registrados em 2022 em todo o país mais de 103 mil casos da doença, com quase 800 mortes. Calcula-se que, no mundo, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose, a cada ano. Entre os sintomas estão tosse por mais de 3 semanas, febre, sudorese e emagrecimento.

Edição: Roberto Piza / Liliane Farias

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