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Saúde Negra | Crianças e adolescentes negros são 83% das vítimas de mortes violentas

País registrou mais de 15 mil mortes nessa faixa nos últimos três anos

Mais de 15 mil crianças e adolescentes foram mortos de foram violenta no Brasil nos últimos três anos. Nesse mesmo período, 165 mil meninos e meninas até 19 anos entraram para as estatísticas de vítimas de abuso sexuais.

É o que revela a segunda edição do relatório “Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil”, lançado nesta terça-feira (13) pelo Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Ana Carolina Fonseca, oficial de proteção contra violência do Unicef, afirma que houve aumento no percentual de mortes na faixa de zero a nove anos, causadas por intervenções policiais; e os negros seguem como as maiores vítimas.

“A diferença racial, no caso da violência letal, já está presente desde a infância. 64% das vítimas de até quatro anos são negras. Isso vai crescendo e a gente chega na faixa etária de 15 a 19 anos com 83% das vítimas negras. No total, das mais de 15 mil mortes nesses três anos, 82,9% eram de negros e negras”.

Para a representante do Unicef, o desafio é enfrentar o racismo.

“Um ponto importante disso é o racismo. A gente tá falando de uma população que não é protegida como a população branca. A gente tá falando de uma população que existe uma ideia de que essa vida vale menos do que outras. Então, o desafio que se coloca é, realmente, de enfrentar o racismo, o racismo que está presenta também nas forças policiais, na forma como os serviços se estruturam para responder a essas mortes. Tanto do ponto de vista da prevenção, quanto da apuração, do investimento que se faz pra evitar e responsabilizar por essas mortes”.

O relatório também aponta aumento no número de vítimas de violência sexual entre meninos e meninas até 9 anos de idade: foram quase 23 mil casos. Para Ana Carolina Fonseca, além da educação sexual para as crianças, é necessário capacitar profissionais para identificar esse tipo de violência.

“Quando a gente fala da criança pequena, é muito importante que todos os serviços por onde essa criança passa estejam muito atentos a esses sinais. A educação infantil, os serviços de saúde, de assistência social... porque muitas vezes vão ser essas pessoas adultas, de fora da família, porque a gente sabe que a violência sexual acontece sobretudo no ambiente familiar, que vão poder gerar esse alerta e garantir que essa criança seja vista e cuidada. E, à medida que essa criança vai crescendo, a gente precisa, cada vez mais, falar sobre educação sexual, sobre o próprio corpo, sobre direitos, sobre proteção, pra que essa criança, esse adolescente, saiba identificar que estão sendo vítimas de uma violência e saibam que podem contar com ajuda e onde buscar essa ajuda”.

A segunda edição do “Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil” foi construída a partir de dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para chegar ao panorama nacional, são produzidos pedidos específicos a cada Secretaria de Segurança Pública ou Defesa Social das 27 unidades da Federação, com a base de dados de mortes violentas intencionais e estupros, inclusive de vulneráveis.

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Tempus

Tempus – Actas de Saúde Coletiva

ISSN 1982-8829

  • Use of therapeutic offices involving reading and dynamics as proposals for multiprofessional action in CAPS

    In view of the reformulation of the care model proposed by the psychiatric reform, the Psychosocial Care Centers (CAPS) were created through a multiprofessional team...

  • Editorial

    In view of the reformulation of the care model proposed by the psychiatric reform, the Psychosocial Care Centers (CAPS) were created through a multiprofessional team...

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