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Saúde Indígena e comunidades | Acesso dos povos das águas à atenção primária é tema de oficina com movimentos sociais

Atividade faz parte da mobilização proposta pelo Ministério da Saúde para o fortalecimento das ações voltadas para as comunidades dos rios, mares, açudes e barragens

ós não vivemos todos sobre as águas, mas a maioria do nosso tempo é vivido nas águas. O nosso corpo faz parte desse território”. A fala de Elionice Conceição Sacramento, pescadora quilombola do Recôncavo Baiano, resume a importância de fomentar políticas públicas específicas para as populações das águas. A manifestação foi feita durante a oficina intersetorial para discutir e propor iniciativas com o intuito de ampliar o acesso dos povos das águas de todo o Brasil à atenção primária à saúde (APS).  A atividade foi realizada na última sexta-feira (5), junto às representações desses povos no Grupo da Terra, que está inserido no comitê gestor da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA). 

Demonstrando a importância do tema para o governo federal, o encontro contou com a presença de representantes de diversos departamentos do Ministério da Saúde, além da Fiocruz e do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Movimentos sociais populares também participaram, entre eles, o Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais, a Articulação Nacional das Pescadoras, o Conselho Nacional das Populações Extrativistas, a Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas e o Conselho Pastoral dos Pescadores. 

Os povos das águas representam pescadores artesanais, comunidades ribeirinhas e demais povos que têm o modo de vida ligado aos fluxos das águas, dos rios, dos açudes, das barragens e das marés. Os pescadores artesanais constituem aproximadamente um milhão de pessoas, especialmente localizadas no Norte e Nordeste. No Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), são aproximadamente 114.389 em todo o Brasil, distribuídos entre 33.333 equipes de Saúde da Família. Ou seja, os povos das águas são acompanhados por 66% das equipes de Saúde da Família do País.  

Para a coordenadora do Acesso e Equidade do Departamento de Estratégias e Políticas de Saúde Comunitária (Desco) da Secretaria de Atenção à Primária à Saúde (Saps), Lilian Silva Gonçalves, as políticas públicas precisam dialogar com as necessidades únicas dessas populações sem se sobrepor aos seus modos de vida tradicionais. “Dentro da coordenação, a gente tem priorizado a necessidade de acolher as práticas populares de cuidado dentro da lógica de cuidado do SUS. A gente sempre tem colocado o quanto a cultura e a forma de viver desses territórios são potentes para a promoção da saúde”, frisa a coordenadora. 

“Esse é um momento estratégico para nós, porque o termo água estar presente na política é necessário, mas não só como conceito. A especificidade da população das águas precisa ser compreendida nas suas várias dimensões, tanto no sentido de compreender os mecanismos e estruturas que promovem a saúde, quanto no de acesso, uma vez que o caminho de muitos de nós é a água”, ressaltou a pescadora Elionice. 

Protocolo de intenções 

Também para ampliar as ações voltadas a esses povos de forma nacionalizada, no dia 19 de março de 2024, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, assinaram um Protocolo de Intenções de ações conjuntas para a saúde dos povos das águas, em especial para as mulheres das águas. 

O Ministério da Saúde vem, desde então, discutindo internamente possibilidades de ações para as populações que têm seu modo de vida ligado aos fluxos das águas. Nesse sentido, a realização da oficina subsidiará as próximas ações da Saps que visam alcançar esse objetivo. 

Agnez Pietsch
Ministério da Saúde

 

Matéria publicada no Portal do Governo Federal

 
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Tempus

Tempus – Actas de Saúde Coletiva

ISSN 1982-8829

  • Use of therapeutic offices involving reading and dynamics as proposals for multiprofessional action in CAPS

    In view of the reformulation of the care model proposed by the psychiatric reform, the Psychosocial Care Centers (CAPS) were created through a multiprofessional team...

  • Editorial

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